Seu próximo filme em 5 minutos. Toda semana, a melhor seleção para você: assine a nossa Newsletter 6e3dl
O novo canal Filmelier+ já está disponível para no Prime Video. Conheça nosso catálogo!
Seu próximo filme em 5 minutos. Toda semana, a melhor seleção para você: assine a nossa Newsletter
O novo canal Filmelier+ já está disponível para no Prime Video. Conheça nosso catálogo!
Seu próximo filme em 5 minutos. Toda semana, a melhor seleção para você: assine a nossa Newsletter
O novo canal Filmelier+ já está disponível para no Prime Video. Conheça nosso catálogo!
'Motel Destino' brinca com o noir, mas funciona melhor como exploração sensorial 3r3p44
Em 'Motel Destino', Karim Aïnouz volta a um cinema quente, suarento, vigoroso depois de 'Firebrand'
Mariane Morisawa | 23/05/2024 às 15:29 - Atualizado em: 23/05/2024 às 15:29
Em Karim Aïnouz volta a um cinema quente, suarento, vigoroso depois de Firebrand, uma produção de época inglesa estrelada por Alicia Vikander e Jude Law que disputou a Palma de Ouro no ano ado. Por isso, a expectativa era alta.
O filme não só é um retorno de Karim Aïnouz ao Brasil, onde não rodava desde A Vida Invisível, de 2019, mas mais especificamente ao seu Ceará natal. Foi lá que nasceu o roteiro, de um trabalho no Instituto Dragão do Mar, e uma boa parte dos principais atores.
O resultado é um noir tropical tenso e solar sobre destino, segundas chances, masculinidades e liberdade.
O título se refere ao estabelecimento gerenciado pelo casal Elias (Fábio Assunção) e Dayana (Nataly Rocha). É o destino que coloca na vida dos dois o jovem Heraldo (o carismático Iago Xavier, em seu primeiro papel no cinema), um fugitivo que bate à porta do motel para pedir abrigo. Surpreendentemente, Dayana abre a porta. Mais surpreendentemente ainda, Elias, um sujeito bronco e violento, aceita.

A chegada de Heraldo vai colocar Dayana entre dois modelos de masculinidade, fragilizando ainda mais seu casamento com Elias. Mas Karim Aïnouz e Fábio Assunção evitam simplificar o personagem.
Os três estão ali aprisionados naquele motel claustrofóbico, sufocados pelos gritos e gemidos dos hóspedes. Heraldo, perseguido por uma quadrilha, tem sua vida ameaçada. Dayana é prisioneira de sua situação. E mesmo Elias, uma figura opressora, no fundo também é vítima de um meio social que exige dos homens a violência, a brutalidade, a falta de cuidado.
Por isso há uma tensão – sexual, inclusive – que transborda em violência e paixão, ou os dois. Motel Destino é o filme mais quente do festival até agora, com várias cenas de sexo.
Acima de tudo, é brasileiro nas cores, nos temperamentos explosivos e sobretudo na alegria. O sexo é divertido, os personagens, mesmo nessa atmosfera tensa, fazem churrasco, festejam, dançam – uma das melhores cenas acontece ao som de Pega o Guanabara, de Alanzim Coreano e Wesley Safadão, e a equipe encantou todos em Cannes ao entrar no Palais des Festivals bailando com Coração, dos Aviões do Forró.
Ao final, porém, deixa a impressão de não ter ido tão fundo quanto poderia ir. É um filme com vitalidade, mas que perde um pouco de fôlego. Karim Aïnouz sempre foi um cineasta interessado mais na experiência sensorial, e aqui não é diferente. Mas por isso o filme parece ficar no meio do caminho como noir e como exploração de temas sociais como a falta de opções de um rapaz como Heraldo.
Um detalhe: Motel Destino tem os melhores créditos iniciais e finais deste festival, abrindo e fechando com níveis altos de energia.

Mariane Morisawa é jornalista e crítica de cinema, membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e votante do Globo de Ouro. Colabora para veículos como O Estado de S. Paulo, Elle, Veja e Filmelier. Foi correspondente em Los Angeles por oito anos e cobre festivais nacionais e internacionais. Em 2025, cobre seu 15º Festival de Cannes para o Filmelier.

Mariane Morisawa é jornalista e crítica de cinema, membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e votante do Globo de Ouro. Colabora para veículos como O Estado de S. Paulo, Elle, Veja e Filmelier. Foi correspondente em Los Angeles por oito anos e cobre festivais nacionais e internacionais. Em 2025, cobre seu 15º Festival de Cannes para o Filmelier.
Outras notícias 3q450

Cinema do Brasil levou delegação de peso ao Festival de Cannes e espera recorde de negócios 6y1s28
O Cinema do Brasil, programa de promoção e internacionalização do cinema nacional, participou do Mercado de Filmes do Festival de Cannes 2024.

Júri de Cannes perdeu chance de fazer história 654m6m
Na premiação do Festival de Cannes 2024, ficou a sensação de que o júri atribuiu os prêmios errados aos filmes certos.

'Anora', vencedor da Palma de Ouro em Cannes, é filme quase perfeito que humaniza stripper 2p4711
'Anora', filme vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2024, é o mais ível do diretor Sean Baker